“Nenhum homem é uma ilha, completamente isolado. Cada homem é um pedaço do continente, uma parte do todo. Se um torrão for levado pelo mar, a Europa ficará menor, não importa se for uma pequena parte, a casa do seu amigo ou a sua própria. A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte da humanidade”.
A maravilhosa frase de Jhon Donne acabou reduzida a sua primeira sentença.
Nenhuma faculdade é uma ilha.
Fazemos todos parte de um sistema cada vez mais exposto as vicissitudes da natureza em tempos de mudanças climáticas, violência urbana e toda sorte de azares que podem afetar as circunstâncias de uma Instituição de Ensino Superior privada no Brasil.
“Não temos terremotos”, costumamos nos vangloriar. Mas estamos expostos aos incêndios, inundações, rompimento de barragens, afundamentos, tiroteios que nos afligem tanto quanto o resto das pessoas no planeta.
E juntos seríamos mais fortes para lidar com os acasos.
Somos uma rede de 2.261 CNPJs interiorizados capaz de mobilizar 6.9 milhões de estudantes e centenas de milhares de professores e profissionais em cada canto do país.
Uma rede de 46,6 mil polos espalhados, não é pretencioso afirmar, com alunos em cada cidade desse país.
O município de Serra da Saudade, o menor de todos, em Minas Gerais, tem 833 moradores. Segundo o principal sistema de buscas de faculdades são dezenas de IES cadastradas para oferta de EAD nessa cidade com porte de condomínio residencial:
Então nossa presença em cada metro quadrado desse país poderia transcender a nossa concorrência predatória.
No exterior são dezenas de redes de apoio entre universidades para situações limítrofes.
Eu gostaria de citar a Disaster Resilient Universities (DRU) Network da Universidade de Oregon que conta hoje com, em torno de, 127 instituições associadas. Existem outras.
O DRU é uma rede de profissionais de universidades e faculdades que trabalham na gestão de saúde, segurança, emergências e gerenciamento de riscos no campus. Inicialmente, em 2000, seis escolas participaram da iniciativa piloto da Federal Emergency Management Agency (FEMA) chamada Disaster Resistant Universities, que visava apoiar os esforços das universidades na redução e gestão da vulnerabilidade a desastres. Embora o programa de concessão tenha sido de curta duração, algumas instituições de ensino superior mantiveram o conceito do DRU vivo.
Em 2005, a Universidade de Oregon iniciou a lista de discussão Disaster Resilient Universities® (DRU), que se tornou o centro da rede DRU e serviu como um recurso de comunicação multidisciplinar para profissionais de universidades e faculdades envolvidos em tornar os campi mais resilientes a desastres. Atualmente, o DRU Listserv é uma ferramenta que facilita a comunicação, coordenação e colaboração entre as instituições de ensino superior para mitigar, preparar-se, responder, operar durante e se recuperar de desastres naturais, atos de terrorismo e outras crises.
A rede DRU evoluiu ao longo do tempo e formou a University & College Caucus (UCC) sob a International Association of Emergency Managers (IAEM), desenvolvendo várias ferramentas e recursos. Isso inclui workshops anuais, treinamento prático, ferramentas de padronização e resiliência, programas de acreditação em gestão de emergências para o ensino superior, conceito e desenvolvimento de equipes de gerenciamento de incidentes universitários e um acordo nacional de ajuda mútua entre instituições de ensino superior.
O DRU também desempenhou um papel importante após o furacão Sandy em 2012, ajudando as instituições de ensino superior afetadas e fornecendo dados em tempo real ao Departamento de Educação dos EUA sobre fechamentos de campi e outros problemas.
O DRU é relevante porque ajuda as universidades a se tornarem mais resilientes a desastres, envolvendo toda a comunidade universitária e colaborando em esforços multidisciplinares para fornecer assistência técnica e recursos necessários para enfrentar a complexidade de criar um campus resiliente a desastres.
Em um país como o nosso onde em setembro de 2023, 43 pessoas morreram no Rio Grande do Sul – outras 46 seguem desaparecidas – e vou nos poupar de pormenorizar a longa lista de tragédias recentes em nosso país como os terríveis deslizamentos de terra em Petrópolis, Minas, Alagoas e Pernambuco e geraram centenas de outros óbitos (são várias as crises humanitárias).
Quem anda comigo sabe que há muitos anos eu provoco essa idéia em fóruns privados. E hoje achei importante trazer essa reflexão a público.
A idéia de como nós poderíamos ter sido mais eficientes e eficazes se tivéssemos nos unido nos anos de chumbo da pandemia de COVID….
Então essa News Extra é pra provocar, no calor do horror de Muçum, Roca Sales, e outras cidades no Vale do Taquari, onde nesse exato momento milhares de famílias encontram-se desabrigadas e todos nós poderíamos ter acionado um PROTOCOLO simples de ações para envio de doações, equipes de socorro ou outras iniciativas previstas em nossos programas de extensão universitária.
Porque vários de nossos cursos e alunos estão aptos a ajudar e porque JUNTOS SOMOS MAIS FORTES.
Se você está sensivel a situação do RS segue o link para doações (tipo copia e cola no PIX). Cada centavo ajuda, o momento é crítico e eu testei. Vai direto para a Fundação Vale do Taquari. Só ajude:
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