Admirável mundo atual, onde a cada dia novidades e tendências eclodem em laboratórios de todos os cantos do planeta. A lei de Moore é um conceito estabelecido por Gordon Earl Moore, co-fundador da Intel em 1965. A lei afirma que o poder de processamento dos computadores de forma geral dobraria a cada 18 meses a partir daquele ano, e projeta-se, continuará imprimindo a velocidade da inovação nos próximos anos. A inovação tem como irmã a obsolescência. Quanto mais produtos e versões, mais up grades e mais descarte.
A tentação de propagar a sociedade de consumo vem na forma de comerciais espalhando desejos por todos os lados. Estima-se um crescimento na desordem da propaganda. Um cidadão médio era impactado com 500 peças publicitárias ao dia em 1970.
Um número irrisório frente aos mais de 5.000 impactos / dia de hoje. Parece que o objetivo da maior parte dos marketeiros contemporâneos é cobrir cada espaço em branco com algum tipo de logomarca ou promoção. Na sua caixa de e-mail e na sua rede social. Do túnel do metrô a fachada de um edifício. Tudo é uma tela em branco para quem quer vender.
Na contramão de seus pais e avós, os consumistas Baby Boomers de outrora, as novas gerações vêm se voltando as raízes de seus bisavôs campesinos, buscando aprender a fazer. Inicialmente essa indústria chamou-se DYI (Do It Yourself ou faça você mesmo) e foi a razão de ser das gigantescas lojas de utilidades domésticas como a Leroi Merlin.
Com a avassaladora propagação da internet a versão contemporânea envolve impressoras 3D e vídeos tutoriais on line. Os atuais DYIs são chamados de Makers.
O cardápio é gigantesco. De como fazer kung fu a como de maquiar com beterrabas, segundo o YouTube, em um levantamento elaborado entre os anos de 2012 e 2015, mais de 135 milhões de vídeos de tutoriais haviam sido postados pelos usuários.
Essa educação peer to peer está engatinhando, mas é uma tendência que precisa ser compreendida pelos arquitetos da educação contemporânea. Os tutoriais ainda estão restritos a vídeos mas em um futuro breve extrapolarão novos objetos de conteúdo. Novamente uma enorme oportunidade para executivos em busca de renovação e oxigênio. Aqueles visionários que mudarão a forma que veremos o mundo e como aprenderemos no futuro.
As buscas mais comuns, pouco tem a ver com Marketing Educacional:
1) How to kiss (Como beijar)
2) How to tie a tie (Como amarrar uma gravata)
3) How to draw (Como desenhar)
4) How to get a six pack in 3 minutes (Como ficar com “seis pacotes” em 3 minutos – uma referência ao popular “tanquinho” muscular na barriga)
5) How to make a Starburst bracelet rainbow loom (Como fazer uma pulseira Starburst em cores do arco-íris)
6) How to make a cake (Como fazer um bolo)
7) How to curl your hair with a straightener (Como enrolar o cabelo com um alisador)
8) How to make a bow (Como fazer um arco e flecha)
9) How to make a paper airplane (Como fazer um avião de papel)
10) How to dance (Como dançar)
Se nessa geração inicial os temas são culturais e menos pretenciosos, nada impede, e a tendência é essa, que parte da educação no futuro seja oriunda da interação entre usuários. E numa dessas pontas, porque não, as universidades podem se aproveitar dessa revolução (dizem a “4ª Revolução Industrial”) e tornarem-se provedoras de conteúdos tutoriais. Desde que estruturados para atenderem as estratégias de marketing das organizações.