Evidências de uma crise anunciada ou como responder ao pior processo seletivo da história.
O Google Trends é um importante barômetro de marketing. Por meio dessa ferramenta conseguimos acompanhar tendências de busca por palavras pré-determinadas, em mercados segmentados e em períodos de tempo definidos anteriormente.
Os resultados são sempre relativos ao maior volume do período (que é associado a 100). Então, tomando por base 100 como parâmetro de referência, as buscas são proporcionalizadas no período.
Cruzando essas pesquisas com planos de mídia conseguimos extrapolar o impacto da comunicação no estimulo da audiência, por um lado.
Por outro, conseguimos construir excelentes indícios do território ascendente ou declinante de uma determinada marca de acordo com o interesse por ela.
O uso mais comum do Google Trends, contudo, é para a análise da demanda acerca de determinados segmentos de produtos. E para uma compreensão sistêmica da questão é importante partimos da premissa que as buscas por uma categoria são o somatório das diversas buscas atomizadas por termos relacionados a esse grupo.
Então, apropriando a realidade do executivo de educação, se a pesquisa por CURSO DE TURISMO cai, podemos afirmar que o interesse em prestar vestibular da Faculdade de Turismo está declinando. O exemplo segue abaixo e acompanha a história da obsolescência deste programa desde 2004 até hoje.
Assim se os números representam o interesse de pesquisa relativo ao ponto mais alto de uma determinada região em um dado período (o valor “100” representa o pico de popularidade de um termo), o valor “50” significa que o termo teve metade da popularidade de seus melhores dias e uma pontuação “0” significa que não havia dados suficientes sobre essa busca.
Compreendido o instrumental recorremos a ferramenta diariamente como benchmark setorial. E nos últimos dias os alertas vem corroborando uma impressão geral de desaquecimento de demanda.
Ao investigarmos o histórico de pesquisa de determinadas expressões – que utilizamos como marcadores de monitoramento – os resultados são alarmantes.
A primeira questão importante é acerca do resultado recente dos cursos de medicina.
A busca por “curso de medicina” teve seu pior desempenho histórico na primeira semana de outubro (29 pontos e 38% menos que a mesma semana de 2017). Quando falamos histórico estamos retrocedendo a 2004 – o máximo que a ferramenta permite regredir.
Assim como o resultado diário parece cair, o volume da pesquisa também se retrai.
VOLUME DE BUSCA POR “VESTIBULAR MEDICINA 2019” COMPARADO A “VESTIBULAR MEDICINA 2018” E: “2017”, “2016” E “2015”.
Esse resultado, ainda que assustador, não é tão enfático quanto a queda pelas pesquisas por ENEM (palavra de baixa concorrência que tradicionalmente apontava uma tendência de pesquisa de clientes potenciais para as instituições de ensino superior).
A busca por ENEM associada ao ano de realização da prova era uma tradicional pesquisa do grupo de palavras chave relacionadas ao exame. E quando relativizamos essa pesquisa ao que ela representou em anos anteriores os resultados são impressionantes:
VOLUME DE BUSCA POR “ENEM 2019” NOS ÚLTIMOS 5 ANOS.
VOLUME DE BUSCA POR “ENEM 2019” COMPARADO A “ENEM 2018” NOS ÚLTIMOS 5 ANOS.
VOLUME DE BUSCA POR “ENEM 2019” COMPARADO A “ENEM 2018” E “ENEM 2017”NOS ÚLTIMOS 5 ANOS.
VOLUME DE BUSCA POR “ENEM 2019” COMPARADO A “ENEM 2018”, “ENEM 2017” E “ENEM 2016” NOS ÚLTIMOS 5 ANOS.
VOLUME DE BUSCA POR “ENEM 2019” COMPARADO A “ENEM 2018”, “ENEM 2017”, “ENEM 2016” E “ENEM 2015” NOS ÚLTIMOS 5 ANOS.
A queda de inscritos acompanhou a queda de pesquisas no caso do ENEM.
Fonte INEP.
Por fim, mas não obstante, o termo mais óbvio relacionado ao negócio das instituições de ensino superior também se encontra em franco declínio.
VOLUME DE BUSCA POR “VESTIBULAR 2019” COMPARADO A “VESTIBULAR 2018”, “VESTIBULAR 2017”, “VESTIBULAR 2016” E “VESTIBULAR 2015” NOS ÚLTIMOS 5 ANOS.
Se sua captação não estiver respondendo aos mesmos estímulos do passado parte da resposta ao “porquê” certamente encontra-se no ambiente externo. A demanda está caindo e muitas instituições não passarão incólumes a mudança. Quem não mudar seu paradigma de marketing educacional certamente perderá as oportunidades que, algumas vezes, se travestem de crises.
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