Vivemos em tempos de revoluções aceleradas onde é senso comum que “quando aprendemos uma resposta mudam a pergunta”. Na tecnologia essa é uma lei impetuosa que vigora desde 1965. Naquele ano Gordon Moore, co-fundador da Intel, estabeleceu que a capacidade de processamento dos computadores dobraria a cada 18 meses. Conhecida como a Lei de Moore essa relação seria aplicada em outros campos do conhecimento, como o Marketing, onde as descobertas e inovações ocorrem geometricamente tornando a mudança à única certeza (em alguns casos em períodos até mesmo mais curtos de tempo).
Na internet passamos por alguns ciclos e alternâncias de modelos, onde grandes portais com páginas iniciais carregadas de conteúdos deram lugar ao design com maior impacto, as landing pages, micro sites e lojas virtuais. Onde os acessos enquanto indicadores de desempenho cederam espaço aos acessos qualificados e as conversões de vendas.
Em algum momento paramos de falar tudo aleatoriamente para todos os nossos públicos e passamos a segmentar e customizar nossas mensagens para plateias mais relevantes, traçando estratégias para alcançar objetivos.
Amadurecemos, orientamos e nos tornamos mais focados. Ainda assim nos mantivemos presos, no Marketing Digital, a um paradigma de computadores de mesa e laptops, enquanto os hábitos de navegação e usabilidade mudavam no nosso entorno. Não paramos para pensar, mas:
– o usuário checa em média seu celular 150 vezes ao longo do dia.
– 30% dos usuários abandonam um site caso a experiência não tenha sido otimizada para celulares;
– 71% esperam que os sites mobile abram tão ou mais rápido que suas versões para desktop.
– 50% dos usuários esperam que a tarefa seja realizada mais facilmente em mobile do que no mundo físico, e 51% do que nos desktops.
Estima-se que no presente momento a navegação por celulares esteja ultrapassando a navegação por computadores em todo o mundo.
No Brasil, segundo o e-Marketeer, em2014, 64,9% da população conectada vai acessar a internet por dispositivos celulares. E isso muda tudo.
Não muda apenas a experiência de consumo e o Marketing, fundamental para o mercado da educação superior onde parte substancial do processo de pesquisa e compra de cursos dá-se mediado pela rede, mas muda o consumo da educação mediada por tecnologia à distância: o serviço.
A Educação à distância cresceu de maneira contundente na última década. Em 2002 pouco mais de seis mil alunos estavam matriculados em cursos superiores nessa modalidade. Uma década mais tarde eram 932 mil.
Taxa de Crescimento das Matriculas no Ensino Superior a Distância Privado no Brasil (2002 a 2012).
Segundo os dados do Censo do EAD 2013, produzido pela Associação Brasileira da Educação à Distância (ABED), a internet prevaleceu sobre o satélite como modelo para transmissão de informação nesse segmento. Em 2013 apenas 8,8% das instituições informaram que utilizam o satélite como forma de distribuição de áudio e vídeo. O uso intensivo da internet gera a necessidade de uma ambientação própria, o chamado Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que é utilizado por 93% das instituições pesquisadas.
Ainda que o meio tenha prevalecido às instituições não se programaram para a explosão da navegação em movimento e multi telas. Enquanto 39,8% das instituições pesquisadas utilizavam dispositivos móveis nos cursos uma maioria esmagadora (principalmente entre as formadoras) não fazia uso dessas tecnologias em seus cursos, segundo a ABED.
Utilização de dispositivos móveis nos cursos das instituições participantes
Se desejam acompanhar a revolução digital os objetos de
aprendizagem concebidos para desktop precisam ser adaptados para as pequenas
telas das tecnologias mobile, e novos cursos precisam ser inteiramente concebidos
para essas novas mídias e para seus usuários.
De forma específica, objetos criados para desktop precisam se tornar responsivos para mobile, e novos objetos precisam ser concebidos para mobile, antes de tudo.
O que caracteriza um site responsivo, e um objeto de aprendizagem on line responsivo, portanto, é a existência de uma única URL para um pedaço do conteúdo; paridade de conteúdo e ausência de redirecionamentos.
Um site mobile, e um objeto de aprendizagem on line responsivo, portanto, é uma concepção 100% customizada para os dispositivos móveis, e a flexibilidade na implantação de mudanças.
Uma terceira via reside nos aplicativos. Esses softwares possuem uma interface interativa e mantém-se disponíveis off line. Permitem ainda o uso de dispositivos do próprio celular e têm uma velocidade mais rápida. Por outro lado precisam de up dates e são recursos pesados que comprometem a memória dos aparelhos que os hospedam.
Afinal já dispomos de mais de um celular por habitante em nosso país. Segundo dados da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, o Brasil em setembro de 2014 possuía 278,5 milhões de celulares. E um em cada quatro usuários desses aparelhos já utilizavam seus telefones para acessar a rede, clientes potenciais de um novo mercado da educação à distância em dispositivos móveis.