Um mito da nova economia começou a ganhar vida. Uma lenda urbana que nasceu como um sussurro e passou a ser repetida exaustivamente em palestras, posts e comentários sociais. Por todos os lados mais e mais pessoas assumem como verdade que “o diploma universitário vem perdendo seu valor no mercado”. A justificativa vem de que “o Google não pede mais diploma para suas vagas”. Conheci vários Googlers e ex Googlers em minha carreria e não apenas os caras tinham formação como formação consistente. Em outras palavras, seletos ex alunos de algumas das mais prestigiadas universidades brasileiras.
O próprio Google Carreiras (https://careers.google.com/jobs/) que em síntese publica os jobs do próprio Google no Brasil não possui nenhuma vaga de emprego sem ensino superior.
Simples assim.
Dessa forma na contramão desse senso comum possui vagas para Associate Degree, Persuiting Degree, Bachelor, Master e PHD.
Nas vagas brasileiras no final de setembro haviam 5 oportunidades abertas pra graduados, 5 pra mestres, nenhuma pra estagiário (persuiting degree), e 1 pra PHD.
Se isso não bastasse volto a repetir os dados que todos os anos repercuto:
“O diploma de Ensino Superior continua sendo um dos maiores diferenciais para se garantir um bom salário no Brasil”.
Dados X o mito da nova economia
É o que mostra mais uma vez a nova edição do relatório Education at a Glance, da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, divulgado em 2019.
Segundo a pesquisa, no Brasil, um trabalhador que tem Ensino Superior completo ganha, em média, mais do que o dobro (140% a mais) do que aqueles que possuem apenas o Ensino Médio. O Instituto Semesp divulgou em maio deste ano a 10ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, apontando um hiato ainda maior. Segundo seus dados, a remuneração média de trabalhadores com nível superior é de R$ 6.004, enquanto aqueles que tem Ensino Médio ganham, em média, R$ 2.180,00. Assim também outras pesquisas do IBGE e FGV vão no mesmo caminho. O melhor investimento no Brasil é a perseguição do diploma e o investimento na carreira.
O estudo da OCDE mostra que profissionais com diploma de graduação foram menos afetados com a crise que teve início em 2015 no Brasil que causou a redução do número de empregos formais no País.
Definitivamente isso é marcante entre as mulheres. Em 2018 entre as mulheres jovens com ensino superior 82% estavam empregadas. Da mesma forma daquelas com ensino médio 63% trabalhavam frente a apenas 45% das sem o nível médio de ensino.
Claro que existe uma grande diferença na empregabilidade POR FACULDADE mas as pesquisas ainda não trazem dados que permitam hierarquizar as instituições. É fato que em alguns processos seletivos de algumas empresas certos diplomas não passam de uma primeira análise. Depõem mais contra o candidato que a favor dele. Mas isso é uma outra história.
Em síntese o único caminho certo pra independência e para o sucesso passa por fazer uma boa faculdade. O resto são mitos da nova economia bem como golpes de sorte e casos isolados.